LER ou NÃO LER, eis a questão
Como o tempo ocupado pela televisão e pela internet, adolescentes deixam os livros em segundo plano
Não existe estudo científico que comprove, mas há uma percepção disseminada sobre a geração atual: ela não gosta de ler. A constatação parte dos professores. Eles se queixam de que só com muito esforço conseguem obrigar seus alunos a ler os clássicos da literatura. Um dos argumentos mais utilizados é recorrer à ameaça do vestibular. Os pais endossam a percepção de repulsa dos jovens pelos livros. Reclamam freqüentemente que os filhos padecem de falta de concentração e, por isso, não são capazes de ler as obras básicas para entender a matéria.
Por que isso acontece? O que faz com que uma geração leia e outra fuja dos livros? Há diversas explicações, mas todas acabam convergindo para um mesmo ponto.
Quando as pessoas recebem a informação mastigada – na televisão, nos gibis, na internet -, acabam tendo preguiça de ler, um ato que exige esforço e reflexão.
Os canais pelos quais o jovem se informa nos dias de hoje são múltiplos. O livro é apenas um deles. E é o mais trabalhoso. Diante desse quadro, os educadores são unânimes num ponto: as armas de estímulo à leitura precisam ser modernizadas. Alguns já fazem isso, com sucesso. “Eu costumo contar uma parte interessante ou bizarra de um clássico, para mexer com a curiosidade”, sugere a professora Maria Aparecida Custódio, responsável pelo laboratório de redação da rede de escolas Objetivo,em São Paulo. “Outra pedida é incentivar atividades lúdicas, como pedir para uma classe encenar peças de teatros a partir de obras famosas”, propõe o educador paulista Gabriel Chalita, que presta assessoria a várias escolas na área de treinamento de professores.
Uma parcela da responsabilidade pelo baixo índice de leitura entre os jovens cabe aos mais velhos, que estigmatizaram a geração atual como uma geração burra. “Se você crítica a roupa que o adolescente veste, a música que ele ouve, diz que internet é uma bobagem e que ele só consome lixo, está construindo uma barreira intransponível, como se o teen vivesse numa esfera e os clássicos estivessem em outra, inacessível para ele”, opina Eliane Yambanis, professora de história do Colégio Equipe,em São Paulo. Ou seja, as estratégias de sedução à leitura não funcionam se não levarem em consideração o universo teen. De acordo com Maria Aparecida Custódio, o professor deve, sim, incentivar o adolescente a acessar um conto que esteja disponível na internet, ou ler a versão de um clássico em quadrinhos. Tudo isso estimula o hábito da leitura. A lição que fica é a seguinte: para ensinar alguma coisa a alguém é preciso antes aprender mais sobre ela.
Vivian Whiteman
Como o tempo ocupado pela televisão e pela internet, adolescentes deixam os livros em segundo plano
Não existe estudo científico que comprove, mas há uma percepção disseminada sobre a geração atual: ela não gosta de ler. A constatação parte dos professores. Eles se queixam de que só com muito esforço conseguem obrigar seus alunos a ler os clássicos da literatura. Um dos argumentos mais utilizados é recorrer à ameaça do vestibular. Os pais endossam a percepção de repulsa dos jovens pelos livros. Reclamam freqüentemente que os filhos padecem de falta de concentração e, por isso, não são capazes de ler as obras básicas para entender a matéria.
Por que isso acontece? O que faz com que uma geração leia e outra fuja dos livros? Há diversas explicações, mas todas acabam convergindo para um mesmo ponto.
Quando as pessoas recebem a informação mastigada – na televisão, nos gibis, na internet -, acabam tendo preguiça de ler, um ato que exige esforço e reflexão.
Os canais pelos quais o jovem se informa nos dias de hoje são múltiplos. O livro é apenas um deles. E é o mais trabalhoso. Diante desse quadro, os educadores são unânimes num ponto: as armas de estímulo à leitura precisam ser modernizadas. Alguns já fazem isso, com sucesso. “Eu costumo contar uma parte interessante ou bizarra de um clássico, para mexer com a curiosidade”, sugere a professora Maria Aparecida Custódio, responsável pelo laboratório de redação da rede de escolas Objetivo,
Uma parcela da responsabilidade pelo baixo índice de leitura entre os jovens cabe aos mais velhos, que estigmatizaram a geração atual como uma geração burra. “Se você crítica a roupa que o adolescente veste, a música que ele ouve, diz que internet é uma bobagem e que ele só consome lixo, está construindo uma barreira intransponível, como se o teen vivesse numa esfera e os clássicos estivessem em outra, inacessível para ele”, opina Eliane Yambanis, professora de história do Colégio Equipe,
Vivian Whiteman
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